Para exercer a profissão de jornalista é necessário o diploma?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Buzz, vem a ser um trabalho dentro da comunicação que facilita a expressão do comunicador que escreve em Blog ou Twitter, para o seu leitor entender melhor o trabalho de quem escreve.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FRASE DO DIA

O Paquistão tem a bomba atômica. Israel também. É compreensível que quem se sinta pressionado por essa situação possa pensar em fabricar a sua. Não temos o direito de por ninguém contra a parede, a praticar a tática do tudo ou nada.

Quem ganha com a proibição das armas

Rio de Janeiro, 21 de Junho de 1999

O Globo
Cartas dos Leitores
Fax 021 534 5535

Senhor redator,

Defendendo a proibição da venda de armas, o sr. Jorge Werthein, maliciosamente, atribui a interesses comerciais e corporativos toda oposição ao projeto. A questão fica assim reduzida ao estereótipo: "a minoria sedenta de lucros contra a maioria desejosa de paz e não-violência". Uma causa que tem de ser defendida mediante esse tipo de argumentação — característica mistura de lisonja, intriga e fingimento —, já denuncia no ato sua própria desonestidade. É sempre o lobo que acusa o cordeiro, fingindo elevado moralismo. O sr. Werthein, porta-voz local da Unesco, pertence a uma classe — a burocracia globalista — que tem tudo a ganhar com o desarmamento da população mundial e sua redução à condição de rebanho inofensivo. Seus interesses são os das grandes corporações que mandam no mundo. Não espanta que tente ocultá-los jogando a opinião pública contra os pequenos lojistas e os cidadãos donos de armas, como se estes fossem uma poderosa e voraz classe dominante. O sr. Werthein acha que assim passarão despercebidos, por trás de um discurso meloso e insinuante, os gigantescos interesses antinacionais que defende.

Mas nenhum brasileiro consciente há de crer numa só palavra do que ele diz. Quem fala em nome da Unesco fala em nome da mais vasta ambição de poder que já se viu na história humana.

Atenciosamente,

Olavo de Carvalho, Rio de Janeiro

Jurisprudência hedionda

Sexta-feira, 14 de maio, fui convidado pelo programa Opinião Nacional, da TV Cultura de São Paulo, a dizer por telefone, do Rio, o que pensava das quotas raciais nos empregos. O que penso é simples: conferir direitos especiais aos cidadãos de determinada raça é negá-los aos de outras raças; é racismo descarado. Porém, mal eu havia começado a dizê-lo, o entrevistador Heródoto Barbeiro me informou que um outro convidado, diante das câmeras, iria responder às minhas abreviadíssimas declarações de entrevistado invisível.

Era um advogado de nome Hédio — sim, Hédio — da Silva Júnior, fundador de um tal Centro de Estudos de Relações de Trabalho e Desigualdade e especialista em processos de negros contra brancos. Não fiquei sabendo se o doutor era branco ou preto, pois minha TV a cabo estava desligada por falta de pagamento. O que pude compreender do que ouvi foi que até o momento seus clientes são raros, já que a população negra não está consciente de ser vítima do racismo, e ainda mais escassos os seus possíveis sucessos forenses, já que a população branca não está consciente de ser racista e assim é quase impossível provar crime de racismo. No intuito de remediar tão lamentável situação, empenha-se o referido causídico numa campanha de esclarecimento para que os brancos se tornem racistas assumidos e os pretos se sintam horrivelmente discriminados — um resultado que, segundo ele, trará a completa e definitiva eliminação do racismo brasileiro.

Um exemplo dos métodos usados para tão nobre finalidade consiste em apregoar que qualquer anúncio de emprego que exija "boa aparência" exclui, por hipótese, os candidatos pretos, todos de péssima aparência na aparente opinião do dr. Hédio. Se o anunciante nem de longe pensou nisso, dane-se: como se trata de racismo inconsciente, pouco importa o que você pensa que está fazendo — quem sabe é o dr. Hédio. Ele lhe dirá quais foram suas intenções inconscientes — e você irá parar na cadeia por um crime que não sabe que cometeu.

O dr. Hédio inaugura, com isso, uma revolução jurídica de conseqüências portentosas. Na antiga ciência do direito, o criminoso não podia alegar ignorância da lei. Na nova, ninguém poderá alegar ignorância dos conteúdos do próprio inconsciente. A invenção é inteiramente original no mundo jurídico, já que seu único antecedente foi no campo da literatura de ficção (v. Franz Kafka, O Processo). Em homenagem a seu criador, será portanto denominada, no futuro, jurisprudência hedionda.

Mas tudo isso só chegou ao meu conhecimento depois, quando uma boa alma paulista me reproduziu parte da entrevista gravada. Na hora, só o que ouvi foi a resposta que o dr. Hédio me ofereceu diante das câmeras — um insulto seguido de uma mentira:

Esse é o discurso típico de um servidor do poder. É um argumento desatualizado, que foi muito usado durante a ditadura.

Revidei o insulto mais ou menos assim. A causa defendida pelo dr. Hédio tem o apoio do governo Bill Clinton, da Rainha da Inglaterra, da ONU, do Banco Mundial, das fundações Ford e Rockefeller, de centenas de empresas multinacionais, do New York Times e todo o establishment midiático norte-americano, do nosso presidente e sua digníssima esposa, da Rede Globo, da TV Cultura — e eu é que sou um servidor do poder! A estratégia assumida dos poderes globalistas contra as nações é precisamente fomentar lealdades supranacionais (raciais, sexuais, ecológicas) para enfraquecer a unidade das culturas nacionais e solapar o poder dos Estados. Eles gastam nisso rios de dinheiro, inclusive no programa de educação discriminatória (só para negros) financiado no Brasil pelo Bank Boston — tudo para garantir as costas quentes de gente como o dr. Hédio. Esse doutor era realmente um cara de pau.

Mais tarde descobri que o dr. Hédio recebe ajuda em dinheiro da União Européia e da Fundação Ford. Ele não é portanto um "servo" do poder: é um empregado bem pago. É um representante imperialismo cultural empenhado em jogar brasileiros contra brasileiros, em destruir nossa confiança no alto valor da nossa cultura inter-racial para que, esquecidos da nossa superioridade moral nesse ponto, consintamos na abjeção de receber lições de democracia racial de um povo que finge combater seu próprio racismo invertendo os polos da discriminação. É um propagandista da demagogia globalista politically correct, o mais pérfido instrumento que alguém já inventou para quebrar o pacto da lealdade nacional, dividindo para reinar. Como advogado que incita os negros a se sentir discriminados quando não o são e os brancos a assumir à força de chantagem emocional um racismo que abominam, o dr. Hédio vive disso, ganha com isso e não tem com isso o menor drama de consciência: quem poderá abalar aquela firmeza de convicção que nasce do matrimônio indissolúvel entre uma ideologia insana e um sólido interesse profissional? O rótulo difamatório de "servidor do poder" que o doutor colava na minha testa era enfim a mesma coisa que aquele racismo que ele atribuía aos outros: pura autoprojeção. E a população negra deste país há de depositar sua confiança nesse tipo de gente?

À segunda observação do dr. Hédio eu teria respondido, se pudesse, que o debate das quotas foi posterior ao fim da ditadura e não pode antes disso ter suscitado qualquer argumento que fosse; que portanto a estapafúrdia alegação hédica, hediana, hedionda ou hediota só se explicava pelo safadíssimo desejo de criar um comprometimento artificioso da minha imagem com a de uma ditadura que, na época, só não me pôs na cadeia porque não chegou a minha vez. Mas não pude dizer mais nada: diante da minha resposta à primeira parte, o entrevistador Barbeiro agradeceu gentilmente minha participação e desligou rapidinho, ciente de que fizera, ao me convidar, a maior barbeiragem. Afinal, todo o programa fora calculado para realçar, com dinheiro público, o charme e a simpatia das doutrinas hediondas.

NOTA

Com o título editorial "Só preto, com preconceito" , este artigo saiu na revista República de junho de 1999, em reação a um insulto claramente difamatório que me fora lançado pelo dr. Hédio da Silva no programa Opinião Nacional, da TV Cultura de São Paulo. Fui ali chamado de "servo do poder". O sujeito podia ter-me chamado de qualquer coisa, que eu nem ligaria. Disso, não. Ninguém tem o direito de colar esse rótulo infamante na testa de um homem que para conservar sua independência consentiu em não ter casa própria, nem carro, nem cartão de crédito, nem cheque especial, e que tanto ama essa independência que nem chega a sentir falta dessas coisas não obstante úteis e saudáveis; de um homem que sempre viveu de seu trabalho e nunca recebeu (nem pediu) subsídio de poderoso nenhum, brasileiro ou estrangeiro; de um homem, sobretudo, que se alguma vez abriu a boca foi sempre e sistematicamente para defender o mais fraco: a esquerda, quando a direita mandava; a direita, hoje, quando a esquerda impera e ganha dinheiro a rodo. Fiz minha divisa o apelo de Ortega y Gasset -- "En toda lucha de ideas o de sentimientos, cuando veáis que de una parte combaten muchos y de outra pocos, sospechad que la razón está en estos últimos. Noblemente prestad vuestro auxilio a los que son menos contra los que son más" --, e não admito que este meu único ponto de orgulho seja enlameado pelas palavras de um bocó irresponsável que nunca me viu e não sabe quem sou. Desprovido de meios de resposta proporcionais à amplitude de divulgação da ofensa, pois a repercussão da TV é incalculavelmente superior à da palavra escrita, respondi à despropositada agressão verbal por meio do único veículo que estava a meu alcance naquele momento. Inconformado de que eu exercesse, mesmo com limites, o meu direito de resposta, o pretensioso causídico telefonou furioso para a redação de República, ameaçando tomar contra a revista não sei quais providencias judiciais que, na sua imaginação, seriam cabíveis no caso. Valha-me Deus! O sujeito quer insultar à vontade e ainda processar quem responda. Mas pretensões judiciais extravagantes não me espantam num advogado cuja especialidade é defender pessoas que nem sabem que foram ofendidas contra pessoas que nem sabem que as ofenderam. Qualquer que seja o caso, estou aqui aguardando ansiosamente a convocação da Justiça para ter o prazer de repetir na frente da autoridade cada palavra que escrevi neste artigo, acrescentando ainda a seguinte informação comprobatória: o arrogante difamador que se permite chamar os outros de "servos do poder" é autor de uma obrinha jurídica que acaba de ser publicada com o patrocínio da Fundação Ford e da Comunidade Econômica Européia (1).

Disse, repito e provo: Servo do poder é você, Hédio da Silva.

(1) V. Hédio da Silva Jr. Anti-racismo - coletânea de leis brasileiras - federais,estaduais, municipais, São Paulo, Ed. Oliveira Mendes, 1998. Apoio cultural: Comunidade Européia, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Fundação Ford. (1a. edição), 311 pp.

Aviso aos navegantes

Em 4 de setembro de 1996, poucas semanas após a edição de O Imbecil Coletivo, o Jornal do Brasil reuniu em espalhafatosa primeira página do seu segundo caderno alguns intelectuais esquerdistas que, sem ter lido a obra, emitiam a seu respeito declarações furiosas e assombrosamente uniformes, como se obedecendo a uma mesma voz de comando. As entrevistas refletiam bem o estado de terror pânico que o livro havia semeado entre o alto sacerdócio comunista, revelando ao mesmo tempo a vacuidade intelectual e a índole mesquinhamente corporativa do domínio que esse clero do demônio exercia sobre as universidades e as instituições culturais em geral, seja para fins de mafiosa ajuda mútua, seja para utilizá-las como peças de uma estratégia de dominação comunista.

Um dos entrevistados — o mais veemente — foi o prof. Muniz Sodré de Araújo Cabral, ex-diretor do Instituto de Comunicações da Universidade Federal do Rio de Janeiro, teórico dos cultos afro-brasileiros e autor de vários livros, entre os quais A Verdade Seduzida (Rio, Francisco Alves, 1983) e Jogos Extremos do Espírito (São Paulo, Rocco, 1994), este último severamente criticado em O Imbecil Coletivo.

As declarações do prof. Sodré já não importam, mesmo porque ele as renegou. O que importa é que a justiça acabou por prevalecer no caso, desde que o declarante, convocado pelo meu advogado Dr. Jayme Mesquita a explicar-se perante o juiz da 28ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, apresentou a seguinte retratação formal:

Categórica e formalmente, nada sei, não sendo de meu conhecimento qualquer obra ou fato que desabone a honra e a dignidade do sr. Olavo de Carvalho, sobretudo no concernente ao livro O Imbecil Coletivo, cujo teor jamais me ofendeu ou agrediu pessoalmente. Apesar de eventuais divergências de opinião, nada sei que desabone o autor, intelectual sério. Finalmente, qualquer declaração contrária a isso, a mim atribuída, não deve ser considerada, mas relegada ao esquecimento.

MUNIZ SODRÉ DE ARAÚJO CABRAL

Assim terminou, melancolicamente, mais uma investida do bloco carnavalesco "Acadêmicos de Sierra Maestra" contra a reputação de um escritor brasileiro que ousou não acompanhar o ritmo da sua marchinha.

O episódio é altamente educativo. Mostra que sempre vale a pena recorrer aos tribunais contra ataques desse gênero, por insignificantes que sejam, pois é a repetição impune de pequeninas mentiras que acaba por produzir as grandes injustiças.

Nunca é sábio deixar que inimigos covardes, apostando na própria insignificância, nos dêem agulhadas confiando em que não haveremos de reagir a agressões tão mesquinhas.

Todos os boquirrotos que, fugindo de uma discussão honesta, preferirem ultrapassar as fronteiras da licitude na sua ânsia de usar contra mim o expediente vil e calhorda da difamação, e que não tiverem no devido tempo a prudência e o bom-senso do prof. Muniz Sodré, serão tratados com o rigor que merecem.

Gramscianos enfezadinhos, uni-vos

Alguns dias atrás, tendo encontrado na Internet um site brasileiro dedicado a Antonio Gramsci – o ideólogo italiano que critico duramente em A Nova Era e a Revolução Cultural –, propus aos responsáveis pela página um intercâmbio de links, argumentando, em tom de blague, que seria bom constar da sua bibliografia pelo menos um livro contra o gramscismo, "para não dar na vista" já que alegavam ser tão democráticos. Os fulanos levaram a coisa a mal, subiram nos tamanquinhos e, em pleno dia de Natal, me enviaram uma carta enfezada.

Reproduzo aqui, seguido da minha resposta, esse singular documento (grifos meus):

Carta de Luiz Sérgio Henriques, Carlos Nelson Coutinho e Marco Aurélio Nogueira

Sr. Olavo de Carvalho:

Surpreendeu-nos o tom da mensagem que nos foi enviada com a sua assinatura. Desde logo, o senhor, que tanta questão faz de falar em "amor à democracia", não parece nem um pouco constrangido em nos fazer imposições para que entre nós se estabeleça algum diálogo. Já por isto, não lhe reconhecemos autoridade para nos cobrar a prática da democracia, nem aceitamos a imposição de "condições" para escolhermos os links a incluir em nosso site.

Certamente, registraremos em nossa "Bibliografia", na próxima alteração do site, o seu livro sobre Gramsci, que até então desconhecíamos. Faremos isso porque nossa intenção, nessa parte do site, é documentar tudo o que se escreveu sobre Gramsci em nosso País, contra ou a favor, de boa ou de má qualidade. Nesse sentido, agradecemos-lhe a indicação do seu livro e lhe solicitamos a gentileza de nos enviar outros títulos sobre Gramsci que, porventura, o senhor tenha produzido (ou de que tenha conhecimento) e que ainda não constem da nossa "Bibliografia".

Essa inclusão, contudo, não implica de modo algum que consideremos necessário, conforme o senhor afirma, que conste em nossa "Bibliografia" um livro "contra" Gramsci "para não dar na vista". "Dar na vista" de quem? Felizmente, como já não vivemos numa ditadura, não temos muita preocupação -- aliás, temos muito orgulho -- em sermos identificados como um site de esquerda, empenhado na luta pela democracia e pelo socialismo, o que, aliás, está expresso com todas as letras na apresentação do mesmo. Para nós, é questão de critério e seriedade que essa definição político-ideológica fique "à vista" de todos os que freqüentam "Gramsci e o Brasil".

Consideramos muito positivo que o senhor tenha na Internet um site pessoal, no qual expressa suas posições políticas e filosóficas, entre elas as que criticam Antonio Gramsci. Estamos seguros de que o senhor também é a favor de que pessoas de esquerda, identificadas com Gramsci e com o socialismo, possuam seu próprio site, no qual manifestam outras posições, radicalmente diferentes das suas.

Em "Gramsci e o Brasil", incluímos "links" de páginas que julgamos importantes para a difusão de nossos valores democráticos e socialistas -- e não colocamos, aos "linkados", nenhuma "condição" para essa inclusão. Portanto, não estamos interessados no intercâmbio que, sob "condições", o senhor nos propõe. Sem mais, no momento, também lhe desejamos os melhores votos.

Luiz Sérgio Henriques
Carlos Nelson Coutinho e
Marco Aurélio Nogueira,

responsáveis por "Gramsci e o Brasil".
http://www.artnet.com.br/gramsci
gramsci@artnet.com.br

Resposta de Olavo de Carvalho

Prezados gramscianos,

Muito obrigado pela promessa de citar o meu livro na sua bibliografia, mas de que raio de imposição vocês estão falando? Não sabem a diferença entre impor e propor? A confusão na sua carta é patente: começam reclamando que "impus" e terminam confessando que "propus" - e com isto mostram que sua queixa de "imposição" foi puro fingimento. Um desafio, por definição, não se impõe. Propus um e vocês correram da raia. Isto foi tudo. Se em seguida tentaram disfarçar, encobrindo sua defecção sob as aparências de um nobre ato de independência moral, não posso, sinceramente, dizer que esperava de vocês outra atitude.

Quanto ao exercício da democracia, supus talvez ingenuamente que cobrá-lo fosse um direito de todos os brasileiros e nunca imaginei que fosse necessário ter alguma autoridade especial para isso. Peço informar como se adquire essa autoridade. Anos de militância a favor do regime que assassinou 100 milhões de pessoas seriam talvez credencial bastante? Ou é necessário, depois disso, limpar-se de toda má-consciência mediante duas ou três palavrinhas de abjuração ditas da boca para fora?

Também não sou eu quem faz tanta questão de falar em "democracia": vocês é que repetem obsessivamente essa palavra a cada três linhas, não sei se para exorcizá-la ou para criar um simulacro de parentesco entre ela e o "socialismo", termo antinômico do qual fazem acompanhá-la com uma constância verdadeiramente pavloviana.

Qualquer que seja o caso, colocarei na minha página um link para a sua, que funcionará como uma bela coleção de notas de rodapé para confirmar minha opinião de que o gramscismo é apenas uma forma elegantemente perversa de totalitarismo.

Sua resposta também será ali reproduzida, para que todos os visitantes tenham o prazer de conhecer a mentalidade gramsciana ao vivo e a cores. Muitos deles já conhecem essa mentalidade, em geral, mas terão aí a oportunidade de captar uma nuance especificamente brasileira que ela vem adquirindo, a qual consiste em cultivar propositadamente o medo da extinta ditadura para poder incriminar como prenúncio de truculências direitistas qualquer crítica mais veemente que se faça à esquerda nacional. É com essa nuance, aliás, que vocês procuram insinuar que eu, um cidadão sem cargo público nem dinheiro nem partido, sou uma ameaça viva contra a existência do seu site. Que bela comédia!

Mas raciocinem, por favor: se eu desejasse extinguir o seu site, por que haveria de propor um intercâmbio de links com ele?

Com meus melhores votos de Natal e Ano Novo,

Olavo de Carvalho

PS 1 - Caso vocês não tenham compreendido o desafio que lhes propus, explico de novo: podem vir em dois, em três ou em mil, e lhes provarei, por a + b, que gramscismo é totalitarismo, por mais que pareça outra coisa. Não fiquem com medo de mim, pois não sou ponta de nenhum iceberg direitista. Sou apenas um rapaz latino-americano e falo somente em meu próprio nome.

PS 2 - Vejo que vocês comemoraram o Natal reunindo-se em três para bolar uma resposta coletiva, quase um abaixo-assinado. Nunca vi maneira mais extravagante (ou gramsciana) de celebrar o nascimento de N. S. Jesus Cristo. Espero que pelo menos o aniversário de Antonio Gramsci vocês passem festivamente com suas famílias em vez de se irritar pensando em mim.

Comentário extra

Os signatários da carta de Natal dizem que não impõem nenhuma condição para colocar algum link na sua homepage, mas, ao mesmo tempo, confessam que só escolhem os que lhes pareçam "importantes para a difusão de nossos valores democráticos e socialistas" – o que subentende evitar criteriosamente os que possam difundir valores democráticos anti-socialistas. É contraditório, mas não é nada estranho. Os militantes gramscianos fazem exatamente assim por toda parte – jornais, editoras, estações de TV, universidades –, professando em palavras a abertura pluralista e praticando a seletividade mais sectária, até que reste uma só voz audível e tudo o mais seja eco. A cultura brasileira vai se transformando assim num vasto sistema de hyperlinks gramscianos, sempre sob a alegação de democracia.

Vocês já repararam, por exemplo, que quando algum direitista ilustre como Roberto Campos ou Miguel Reale é entrevistado na TV ele é sempre submetido a um interrogatório agressivo que procura comprometer sua imagem? Já notaram que, inversamente, quando o entrevistado é um figurão esquerdista, como Paulo Freire, José Saramago ou Oscar Niemeyer, as perguntas são sempre de natureza a mostrar que são criaturas lindas-maravilhosas? Por que só põem esquerdistas para entrevistar direitistas, enquanto os esquerdistas têm o privilégio de ser sempre entrevistados por seus simpatizantes? Acham que isso é coincidência? Não é não. É um sistema, é uniforme e é mundial. Leiam este parágrafo de Alain Peyrefitte (ex-ministro do Interior do governo gaullista), escrito quando estava no poder o socialista Mitterand:

O domínio da esquerda sobre os jornalistas, reforçado pela tutela política da televisão, induziu àquilo que um socialista lúcido, Thyerry Pfister – jornalista que foi conselheiro técnico do Primeiro-ministro Pierre Mauroy – chama ostensivamente de "lógica manipuladora". Esta exprime-se mediante a proximidade, habilmente mantida, entre a esfera do poder e os "formadores de opinião", através de um "jornalismo de conivência".

Já se viu uma conivência mais acentuada do que, por exemplo, no dia em que o presidente da República se fez interrogar na televisão pelas esposas de dois de seus ministros? Alguém será capaz de imaginar o general de Gaulle, Georges Pompidou ou Valéry Giscard d’Estaing fazendo-se interrogar assim "em família"? Que reações essa prática não teria suscitado!

Alain Peyrefitte, La France en Désarroi, em De la France, Paris, Omnibus, 1996, p. 1034.

Esse gênero de manipulação tem nome: é a revolução cultural gramsciana.

E aqui vai, como prometido, o link para a página democrática onde quem não é comunista não tem vez:

http://www.artnet.com.br/gramsci

TRÊS SONETOS DE OLAVO DE CARVALHO

I. O OLHO DIREITO, OU: SONETO PERPLEXO

A vitória do tolo é um mistério sacral
e já arranquei mil vezes meu olho direito,
mas na órbita vazia resplandece, igual,
a glória incompreensível do idiota perfeito.

"Sim, sim; não, não" – mas o olho que não vê o que vê
diz sim ou não? Senhor, é a Ti que devo olhar
com o olho que não tenho, e ver o que ele crê
haver por trás do que, nas trevas, já não há?

Eu gostaria, sim, de poder extirpar,
junto com o olho, o mundo, mas não sei dizer
se essa sangrenta mágica vai funcionar:

tornar caolho o justo há de retificar
o mal que ele a si mesmo faz ao pretender
trocar o sim por não em vez de o declarar?

14/02/97

II. AVISO DE COBRANÇA, OU: SONETO CALVINISTA

Quando eu for rico, ostentarei na pança
o emblema da fé bíblica, belíssimo,
provando que não sou o que tu pensas,
e sim aquele a quem se chama "O Próximo".

Como a mim mesmo me amarei, deixando
a ti o encargo do louvor devoto,
que há de me confirmar, a cada instante,
que politicamente sou correto.

Como um cão tu andarás por onde eu ande,
dizendo lá ao teu Deus que, não sei quando,
te fiz um bem do qual já não te lembras

mas que Ele bem conhece, pois nas sombras
onde crês abrigar-te, me esquecendo,
há um boleto bancário te esperando.

14/02/97

III. ADEUS, OU: SONETO DO DEFUNTO BRASILEIRO

— Tendo a terra por único ornamento,
que mau defunto é aquele que, sem nome,
baixa ao fundo mais vil do esquecimento?
Morreu de bala, de velhice ou fome?

— O sino que de longe estais ouvindo
redobra só por quem ninguém conhece,
porque não era ninguém, morreu dormindo
e era o tipo que em vida já se esquece.

— Deixou viúva, filhos, testamento?
— Não tinha a quem deixar, e não deixou.
— Pois há de emudecer sob o cimento

sem sequer um adeus de quem ficou?
— Já lhe foi dito adeus quando nasceu
e não adianta falar com quem morreu.

Clinton, a guerra e a China

Este artigo, escrito durante os bombardeios em Kosovo, foi recusado pela revista República. — O. de C.

Na juventude, Bill Clinton foi um dos milhares de estudantes esquerdistas que se beneficiaram das verbas da KGB, ganhando uma daquelas viagens à URSS que eram o meio preferencial para o recrutamento de agentes soviéticos nos meios universitários do Ocidente. Na década de 60, isso seria impedimento bastante para qualquer candidatura a prefeito de cidade do interior. Nos anos 90, após três décadas de revolução cultural gramsciana, as ligações perigosas não impediram que Clinton fosse eleito presidente dos EUA com o apoio do Partido Comunista Americano. Graças a um bem calculado discurso "politicamente correto", o novo governante tornou-se um ídolo da esquerda, a qual moveu céus e terras para mantê-lo no cargo a despeito de um variado leque de acusações que, entre futilidades sexuais, imbróglios financeiros e uma multidão de pequenos watergates, incluía alguma coisa de perfeitamente sério e apavorante: a suspeita de favorecimento à espionagem nuclear chinesa. A imprensa bem-pensante resistiu a toda investigação do assunto.

Agora, quando o pobre inocente lança os EUA numa aventura militar despropositada e cruel, a decorrente onda de indignação universal preserva misteriosamente a sua pessoa, preferindo falar em tom genérico contra a OTAN e o "imperialismo", de modo que aos olhos do público a culpa das atrocidades acabe recaindo, por via subliminar, sobre aqueles que nos EUA mais energicamente se opuseram à iniciativa brutal do queridinho das esquerdas. Ato contínuo, segundo denuncia o Wahington Post, a máquina policial do Estado comandado por Clinton faz o possível para abafar as investigações sobre o recém-desmascarado espião Wen Ho Lee, que passou à China informações secretas do Laboratório Nuclear de Los Alamos, enquanto a alta hierarquia militar chinesa já se permite falar indiscretamente de seus preparativos bélicos e da formação de uma aliança internacional para reagir à agressão americana e começar a III Guerra Mundial. A imagem dos EUA deteriora-se a cada dia, enquanto a de Clinton permanece intocável, permitindo que ele continue a dar aos chineses os motivos, a ocasião e, para cúmulo de generosidade, os meios materiais para uma "guerra justa" contra o imperialismo americano.

Tudo isso é tão perverso, tão cínico e ao mesmo tempo tão assustadoramente claro e lógico, que chego a duvidar de que a esquerda ocidental esteja apenas agindo com a sua tradicional frivolidade e inconseqüência histórica. Chego a me perguntar se ela e Bill Clinton não sabem perfeitamente para onde as coisas estão indo e não desejam ardentemente chegar lá.

É claro que esse prodígio de mistificação não se poderia produzir sem algum controle das informações. Coincidência ou não, continua desprovido de qualquer repercussão mundial o combate feroz que a opinião pública direitista vem movendo nos Estados Unidos contra o bombardeio de Kosovo. Quem leia os colunistas conservadores de maior sucesso, como William Buckley Jr., Thomas Sowell, Joe Sobran, Pat Buchanan, George Will, será informado de que, na opinião unânime da direita, o bombardeio é uma conspiração esquerdista pelo menos tanto quanto a exploração do caso Lewinsky foi, segundo Hillary Clinton, uma conspiração direitista. Para que a esquerda conserve seu monopólio das denúncias de conspiração, facilmente impugnando como paranóia toda acusação similar que parta do lado contrário, a audiência destes colunistas deve ficar restrita ao território americano, sem abalar o consenso mundial que lança sobre a imagem do imperialismo direitista as culpas de William Jefferson Clinton e de sua curriola comunista.

Se o prezado leitor deseja furar o bloqueio, dirija-se às fontes, hoje acessíveis graças à internet. Leia:

Buckley em http://www.sacbee.com/voices/national/buckley,

Sobran em http://www.uexpress.com/ups/opinion/column/js/archive/,

Sowell em http://www.jewishworldreview.com/cols/sowell1.asp,

Buchanan em http://www.theamericancause.org/pat_buchanan.html

e Will em http://www.sacbee.com/voices/national/will.

Depois tire suas próprias conclusões. Diga se não há algo de estranho num ataque imperialista que é tão condenado pela direita e que a esquerda só critica tomando meticuloso cuidado para ocultar a responsabilidade pessoal do comandante supremo que o determinou.

O que é SEO?

O significado de SEO é Search Engine Optimization. Em português ele é conhecido como Otimização de Sites, MOB e Otimização para Buscas. O SEO nada mais é do que a otimização de uma página (ou até do site inteiro) para ser melhor compreendido pelas ferramentas de busca. A conseqüência da utilização das técnicas de SEO é o melhor posicionamento de um site em uma página de resultados de uma busca. Por exemplo, ao pesquisar no Google por “Marketing de Busca”, o primeiro resultado é este site. O SEO é uma prática sem garantias, ou seja, nenhuma empresa ou pessoa pode garantir que seu site fique em primeiro em uma busca, pois o único capaz disto seria o próprio site de busca como o Google ou o Yahoo.

O SEO surgiu com a nova geração de sites de busca. Antes dela, a organização do links em uma páginas de resultado era alfabética como nos diretórios web. Na nova geração de ferramentas de busca, o posicionamento passou a depender da relevância. Esta relevância é definida por algoritmos, que são cálculos que servem para definir o quanto uma página é importante. Um dos mais conhecidos algoritmos de busca é o Google PageRank.

Os fatores que influenciam o posicionamento das páginas são guardado a sete chaves pelos site de busca. Porém, ao longo do tempo, foi possível identificar as melhores práticas que se resumem em empregar o bom senso na criação e estruturação de um site. O SEO também depende da palavra-chave que é o termo que você usa em um busca. Dependendo de quais palavras você utiliza, serão retornadas páginas diferentes em posições diferentes.

O SEO pode ser dividido em duas partes. Fatores internos e fatores externos. Os internos são relacionados ao site. Alguns exemplos são urls claras, utilização dos padrões web, títulos de página racionais e a correta utilização das tags html que é linguagem utilizada para construir páginas web. Já a parte externa analisa como os outros sites se relacionam com o site. Os exemplos são quantidade de links apontando para o site, quais sites apontam o site e o conteúdo do link apontado. Dependendo destes fatores, as páginas são pontuadas pelos sites de busca para que ele possa determinar a relevância da pagina e quais as palavras-chave relacionadas a ela. O Google utiliza um sistema de pontuação de 0 a 10 que é o PageRank.

Existe também o lado negro do SEO conhecido como Black Hat Seo. Nele, são utilizadas técnicas que tentam enganar os algoritmos das ferramentas de busca para melhorar o posicionamento da página como uso de texto invisível ou de exibir conteúdo diferente para pessoas e sites de busca. Quando descobertos, os sites de busca podem punir os sites que utilizam estas práticas diminuindo a importância do site ou chegando a excluí-lo da sua busca.

Não se deve confundir o SEO com links patrocinados, pois no segundo você pode pagar para ter a garantia de ficar na frente de outros resultados, podendo ficar até em primeiro se estiver disposto a pagar o preço.

Conheça algumas ferramentas SEO que podem ajudá-lo no processo de otimização do seu site.

sábado, 3 de abril de 2010

FRASE DO DIA
Acredito que devemos aos brasileiros um cenário mais generoso para a ação política. A grandeza do País que somos convoca-nos à superação da lógica do enfrentamento pelo enfrentamento. (...) A política não pode ser a casa mesquinha que transforma adversário em inimigo

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Emprego nos EUA melhora e Obama fala em "luz no fim do túnel"

da France Presse, em Charlotte

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que os números da geração de emprego em março mostram que o país começa a ver a luz no "fim do túnel", mas advertiu que ainda persiste o desafio de que os americanos recuperem os empregos.

A primeira economia do mundo criou 162 mil empregos líquidos em março, após os números corrigidos de variações sazonais publicadas na sexta-feira pelo Departamento do Trabalho, em Washington. A cifra é a mais alta desde março de 2007, embora não tenha feito cair a taxa de desemprego, que está em 9,7%.

"Começamos a ver o fim do túnel", afirmou Obama em um discurso em uma fábrica de componentes de baterias para veículos ecológicos em Charlotte (Carolina do Norte), depois do anúncio da criação de 162 empregos em março nos Estados Unidos, dado que o presidente chamou de "alentador".

Apesar de ter afirmado "que o pior da tempestade ficou para trás", Obama advertiu que "ainda há trabalho" por fazer para recuperar a economia, já que quase 8 milhões de americanos perderam o emprego nos últimos dois anos.

"Apesar de termos avançado muito, ainda resta muito caminho a percorrer", disse.

A Casa Branca também saudou as "notícias animadoras", embora tenha alertado que a situação continua sendo preocupante.

"É óbvio que o mercado americano do trabalho continua muito afetado", disse a conselheira econômica da Casa Branca, Christina Romer.

Há quatro meses, a primeira economia do mundo alternou perdas e criações de emprego, o que levava a crer que seu mercado de trabalho se estabilizava. Em março, talvez tenha sido posto um fim a um longo ciclo de destruições de emprego que foi o mais devastador desde a década de 1930.

Os Estados Unidos perderam cerca de 8,4 milhões de postos de trabalho, ou seja, 6% de sua população empregada (fora da agricultura), desde o começo da recessão, em dezembro de 2007 até fevereiro de 2010.

Se confirmadas, estas criações de emprego finalmente farão sentir nos lares o efeito da recuperação econômica iniciada em meados de 2009, que beneficiou essencialmente empresas e acionistas, e pouco os assalariados.

"As cifras confirmam o quadro de recuperação e fazem de sua viabilidade uma aposta mais segura", comentou Steven Ricchiuto, da Mizuho Securities.

Censo

Embora a economia tenha recebido a ajuda das 48 mil contratações devidas ao início do censo decenal no país, o setor privado também deu uma contribuição decisiva.

Os economistas destacaram, em particular, a criação líquida de empregos na indústria, modesta (41 mil) porém sintomática, mostra de um restabelecimento deste setor muito afetado pela recessão.

Os serviços (mais de 85% da mão de obra não-agrícola) agregaram 121 mil empregos, enquanto a saúde mostrou um importante aumento de seus efetivos (27 mil).

"As contratações líquidas no emprego temporário, um indicador avançado do mercado de trabalho, aumentaram 40 mil em março e agora estão em 300 mil a mais com relação ao fosso de setembro de 2009, um elemento positivo para o crescimento futuro", disse, por sua vez, Aaron Smith, da Moody's Economy.com.

No entanto, a taxa de desemprego, estável em 9,7% pelo terceiro mês consecutivo, representa uma mancha neste panorama.

Os dirigentes do Fed (Federal Reserve, banco central americano) já tinham advertido que a redução desta taxa seria um processo longo, devido --entre outros fatores-- à dificuldade que os desempregados de longa data encontrar para encontrar outro trabalho e que os mais desanimados com a crise voltam a procurar emprego.